sábado, 8 de novembro de 2014

Pais e filhos

Hoje em dia muitos dos relacionamentos entre pais e filhos são colocados em xeque mate tal como nos jogos de xadrez.
Mesmo quando não queremos jogar e sim tentar um diálogo para se resolver desavenças familiares, quando a solução não acontece, as peças são descartadas uma a uma no vai e vem do jogo. 
Após muito sofrer o desgaste do tempo jogado, o perdedor recebe o xeque mate inevitável, terminando o jogo. Com isto, nada se fala e tudo se cala.
Será que existe mesmo algum ganhador neste jogo onde sentimentos são descartáveis e esquecidos no tempo?
Não creio!
Quando a relação é cortada, o ressentimento muitas vezes faz com que se usem as crianças como um meio  de vingança para magoar quem ficou para trás.
Quando as peças são meras peças de xadrez, quando o jogo termina as peças estarão prontas para novo jogo. Mas, e quando as peças são a família pais filhos e netos?
 Ninguém ganha e sim perdem e também se perdem!
Perde-se os valores humanos, perde-se o respeito moral, o bom senso de decisão, perdem-se tempo vivido  pois  parece que não se viveu este tempo, tempo que é descartado como uma peça qualquer !
 E muito mais que isto, perde-se o aconchego do amor, perde-se o dar e receber, a  plenitude dos sentimentos, conhecimentos e apoios;
Alem de tudo, perde-se o gostoso motivo de encontros 
familiares onde  a felicidade está presente num abraço amigo, numa conversa informal.
Distancia-se de amigos, gerando saudades!
Muito mais que isto perde - se  a cumplicidade dos afetos, aquele “Quê” de coração para coração que só vincula quando existe a proximidade das almas.

Neste jogo, os menores  ou sejam os netos sim, perdem muito mais porque não conhecendo a realidade do jogo ou conhecendo de forma destorcida, são levados  a ficarem distantes do amor de seres que dariam tudo para fazê-los felizes.
As barreira que os pais levantaram, os  distanciam egoisticamente a tal ponto de impedir que tal amor nunca se manifeste, perdendo-se no tempo... Perdido lá  atrás...Sem retorno!

  Isto é chamado de Amor?
 Não, isto se chama desamor, ressentimento, despeito, descaso, frutos do orgulho, portanto, sendo uma atitude nada louvável  demonstrando falta de amadurecimento espiritual.
Os pais não têm o direito de impedir o contato dos avôs com os netos e vice versa (a menos que este contato seja pernicioso)...Ou que a distância impeça.
Os pais movidos por amor à este filho têm que saber respeitar os diretos do mesmo de ter o convívio  de tios, primos, avôs, etc...
E respeitar seus pais, que também tem o direito de ver os netos e participar de seu convívio, quando assim o desejam. 
Deve haver bom senso dos genitores  de proporcionar aos filhos a possibilidade deste convívio.
Eles têm o direito de conhecer estas pessoas que fazem parte da família quer os pais queiram ou não, mesmo que por alguma desavença os tenham afastados.
 Nada justifica a ausência de um filho ou neto. 
Ser mãe ou avó descartada é motivo suficiente para que a vida perca o brilho! 
Hoje, em muitos lares o amor familiar é descartado e este descaso é repassado para  os pequenos que acabam aprendendo a não valorizar a família. 
Este jogo tem dois lados, os que hoje ganham amanhã poderão perder...
 A vida um dia cobrará isto!

Catarina Kist



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