O país tem dois Brasis se considerarmos os tipos de serviços prestados. Há um excesso de equipamentos sofisticados nos planos privados [que se concentram nas regiões mais ricas]e locais em que faltam equipamentos básicos. Apesar de o Nordeste vir na segunda posição, os serviços de melhor qualidade estão concentrados nas capitais, em bairros cujo poder aquisitivo da população é maior. Esse cenário fica claro quando analisados dados de postos médicos por mil habitantes. Os piores resultados ficam no Maranhão. Ainda segundo a pesquisa, as famílias brasileiras financiam a maior parte dos gastos de saúde no país. A indústria da medicina é cada vez mais emergente e aqueles que não podem pagar consultas aos hospitais particulares sofrem nas filas de espera dos hospitais à sorte de sobreviverem enquanto aguardam atendimento e aquelas pessoas que dispõem de recursos financeiros têm o privilégio de se manterem saudáveis. O que se vê é uma população em total carência de recursos financeiros necessários à sua subsistência agonizando em filas de hospitais públicos enquanto aguardam atendimento, isto porque sequer têm um salário digno à manutenção da própria vida o que também acomete aos aposentados que, infelizmente, dependem de um salário de miséria como compensação da contribuição de pelo menos 30 à previdência e sendo tratados quase como "indigentes vivos" nas filas dos hospitais públicos. É aqui que se vê claramente que o direito à saúde realmente não é para todos.
Falta aos governantes enxergarem que o direito à saúde não é um direito a ser alcançado que o indivíduo deva, ele mesmo, buscar pelas suas próprias, mas sim algo que deva ser dado a todos, indistintamente e independentemente de qualquer fator social, econômico, de crença, de raça.O brasileiro sofre com uma das mais altas cargas tributárias do planeta. Em tese, isso lhe garantiria um atendimento de saúde universal e decente. Mas não. Só em sete capitais, mais de 170.000 pessoas terão de esperar até cinco anos por uma cirurgia não emergencial. Nos hospitais e pronto-socorros, mais filas e queixas quanto à qualidade do atendimento. O desafio do futuro presidente é tornar este sistema mais saudável.